Após a descoberta das camadas de pré-sal, o que possibilitará ao Brasil dá um salto entre os maiores exploradores de petróleo do planeta, todas as atenções parecem está voltadas à proteção deste novo recurso. Com esta premissa, o governo iniciou as negociações para compra de 36 caças supersônicos, cinco submarinos e 50 helicópteros. Algo em torno de 30 bilhões de reais. Um verdadeiro espanto!
O anúncio da compra dos caças franceses tem gerado turbulências supersônicas ao governo brasileiro. Aquisições desta natureza são passíveis de livre concorrência entre outros fabricantes, o que, supostamente, havia sido descartado pela boa relação diplomática entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e Lula. Suecos e americanos comemoram o impasse e esperam arrematar a bagatela de alguns milhões em dinheiro vivo e de outros tantos ocasionados pela geração de empregos. Sem dúvida alguma, um ótimo negócio.
Existem alguns pontos relevantes a se discutir. Primeiro: É justo o governo anunciar a compra dos caças RAFALE, da França, antes mesmo da conclusão das análises técnicas pertinentes ao negócio? Como saber as vantagens e desvantagens de cada modelo? Por que não montar uma licitação para eleger, de forma justa e igualitária, o mais apropriado, na famosa relação custo-benefício? Sem falar daquilo que é o mais importante nesse “espetáculo circense militar”, a transferência de tecnologia. Temos aí interrogações do tamanho da “burrocracia” brasileira.
Penso que é realmente necessário a otimização do nosso aparato militar. O Brasil possui riquezas únicas como a Amazônia, com seus imensos rios, florestas e outra infinidade de espécies de animais. De quebra, e para nossa felicidade, surgem também as camadas de pré-sal, uma valiosa descoberta para o país. Entretanto, numa nação onde os índices de desigualdade social são alarmantes, a educação é mais que deficitária, o sistema público de saúde agoniza e a insegurança reside na vizinhança de pobres e ricos, temos muitas outras prioridades.
As fontes de riquezas (dindim mesmo) do Brasil vão muito além do que podemos imaginar. Como aplicar toda a grana arrecadada com a exacerbada cobrança de impostos? Bem, aí é uma questão de conveniência.