Faltam pouco mais de 14 meses para as eleições de 2010, mas o cenário político baiano começa a ser desenhado. Digo isso porque muito do que despontará após a convenção dos partidos, ano que vem, já pode ser vislumbrado hoje. Ora, a tentativa de reeleição de Jaques Wagner é mais do que certa. Com um governo de meias medidas até então, o petista mantém a desfaçatez que o elegeu surpreendentemente contra Paulo Souto, e de quebra, vai se recostar na popularidade e simpatia do nosso presidente. Mais uma vez.
Por outro lado, um concorrente muito forte começa a se apresentar como grande ameaça no pleito de 2010. O peemedebista Geddel Vieira Lima, braço direito, perna, mão e tudo mais que se tem de direito, do prefeito João Henrique, demonstra que vem com tudo para tentar surpreender e fazer história na atual conjuntura política do estado. Com forte influência no Congresso Nacional, após sucessivos mandatos como deputado estadual e federal, e agora como Ministro da Integração, Geddel demonstra que possui norral suficiente para tomar a poltrona do então governador Jaques Wagner.
Correndo por fora, penso que o DEM não chegará com força nas próximas eleições. De certo, creio que nem há um nome com representatividade para defender a bandeira do partido, nem tampouco o próprio partido conseguiu manter o poderio estratégico do antigo PFL, capitaneado pelo já falecido, mas não menos influente, Antônio Carlos Magalhães.
Existe ainda o PSDB, do ex-prefeito Antônio Imbassahy. Com boa arrancada nas últimas eleições para prefeitura de Salvador, caiu em desgraça no meado da campanha, quando seus adversários resolveram evidenciar que muito pouco foi feito nos seus oito anos de mandato. Ora, o cara teve quase uma década para resolver, porque dar-lhe uma nova chance? Tudo bem, quem sabe um dia, pensou os eleitores. Mas não agora. Esse parece está bem desgastado para tentar a sorte novamente. Deve esperar mais um pouco.
Independente do que se configura como certo para as eleições do ano que vem, o mais importante é que o eleitorado baiano mantenha a curva ascendente de percepção dos fatos. Vencemos uma hegemonia que perdurava há mais de quarenta anos e a expectativa é de que a população entenda o seu papel reacionário, numa democracia onde o coronelismo cravou suas amarras. Nem mesmo nosso aeroporto escapou. Até 2010.