O torcedor do Vitória certamente não guarda boas recordações das últimas duas temporadas disputadas pelo clube. Em 2010, apesar de ter mantido a hegemonia estadual, sagrando-se tetra-campeão baiano, perdeu o título da Copa Do Brasil em pleno Barradão e foi rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Em 2011, conseguiu ser eliminado pelo “tradicionalíssimo” Botafogo da Paraíba na Copa do Brasil, perdeu o Baiano para o seu mais novo maior rival, Bahia de Feira e entregou de bandeja o retorno à Série A ao Sport – RE.
O pequeno resumo acima serviu apenas para destacar a onda de desastres que tem acometido o nosso saudoso Leão. Mas o objetivo principal desse texto é questionar a parcela de culpa que cabe também ao torcedor rubro-negro pelos insucessos dentro de campo. O nosso comportamento tem sido omisso do ponto de vista “político”. Inúmeras comparações podem ser feitas sobre a atuação incisiva de torcedores para cobrar melhores resultados dentro do gramado. As organizadas de Palmeiras e Corinthians são um “bom exemplo” disso, excetuando-se, é lógico, o padrão de violência que também lhes é peculiar. Se bem que não existe referência mais atual do que a torcida do próprio Sport – RE, um dos concorrentes direto este ano e “ladrão” da última vaga que manteve o Vitória na série B. Restando quatro rodadas para o final do campeonato um grupo de torcedores exagerou na dose ao apedrejar o ônibus do clube e ameaçar jogadores e dirigentes, mas conseguiu provocar um valioso efeito colateral que mexeu com o brio dos jogadores. A partir daí, o rubro-negro pernambucano reagiu e venceu quatro partidas seguidas, conquistando o tão sonhado acesso.
Que o ano de 2012 nos traga melhores resultados e a conquista do acesso à Série A do futebol brasileiro. Um clube com dois milhões de torcedores não pode ser relegado à condição de coadjuvante. Espero que a cartolagem “honesta” que dirige o nosso clube erre menos e entenda de uma vez por todas que futebol é paixão e bola na rede. Do que adianta torcer para um time de futebol “equilibrado financeiramente” e cheio de certidões negativas mas que consegue perder jogos em casa para uma platéia de 40 mil expectadores?
Em tempo: a “síndrome do entrega” que tem acometido o time profissional estendeu-se para os meninos do SUB-20. Na tarde de hoje, numa partida válida pelo campeonato brasileiro da categoria, a garotada vencia o jogo por 1x0 até a metade do segundo tempo, mas permitiu a virada em INACREDITÁVEIS quatro minutos. Espero que Alexi “honesto” Portela tenha agendado uma ida à colina sagrada ainda este ano.