A General Motors (GM) finalmente oficializou o pedido de concordata. Um dos maiores símbolos do capitalismo americano quebrou e vai receber um aporte financeiro vultoso do governo dos EUA. Com a estatização, espera-se reduzir, ainda que em longo prazo, os prejuízos acumulados há décadas e promover a remodelação das estratégias de mercado.
A montadora pecou durante muito tempo ao fabricar veículos pouco atraentes e fora da realidade de seus consumidores. As caminhonetes beberronas de combustível, outrora fabricadas em larga escala, devem ceder espaço para veículos mais compactos, econômicos e ecológicos.
A General Motors acumula dívidas com diversos credores, além de outras pendências financeiras, relacionadas aos planos de saúde e aposentadoria dos seus empregados. Hoje, já no plano de reestruturação, o fechamento das inúmeras fábricas e a conseqüente demissão de mais trabalhadores, é praticamente inevitável.
Contudo, os fortes abalos sofridos pela matriz americana não chegaram a atingir a “filial” brasileira, como se imaginava. O volume de vendas no Brasil manteve-se no patamar esperado, apesar dos mais pessimistas acreditarem numa leve retração.
O soerguimento da GM garantirá a manutenção de milhares de empregos diretos e indiretos em diversas regiões do planeta. E pode servir também como o marco da recuperação de um gigante do setor automobilístico, esfacelado, ao longo dos anos, por sucessivos erros de planejamento.