* O valor intrínseco do indivíduo, composto pelo seu caráter e personalidade é facilmente substituído pela beleza perecível, passageira, aquela que inevitavelmente se desgasta com a ação do tempo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Futebol feminino: Dinamarca vence Brasil e obtém vantagem para a final

Dinamarquesas comemoram o gol
Na noite desta quinta-feira, 15, a seleção de futebol feminino da Dinamarca venceu o Brasil por 1 a 0 e joga pelo empate na final de domingo, 18, em partida válida pelo Torneio Internacional Cidade de São Paulo. O gol das dinamarquesas foi marcado pela camisa 7, Sanne, aos 31 minutos do segundo tempo. A seleção brasileira sentiu o gol e não conseguiu reagir nos minutos restantes.

O torneio é uma espécie de laboratório para as Olimpíadas de Londres no ano que vem. Derrotas como essa servem de alerta já que as meninas do Brasil não têm apresentado um bom futebol e precisam melhorar bastante se quiserem conquistar o ouro na terra da Rainha Elizabeth.

Do lado dinamarquês é só comemoração. Com um terço da responsabilidade que o Brasil tem de disputar e ganhar campeonatos, as nórdicas entram como favoritas no jogo de domingo e tentam se consolidar como uma das potências do futebol feminino mundial ao lado de Brasil, EUA, Canadá e Itália.

As brazucas precisam vencer para reverter a vantagem dinamarquesa. A partida ocorrerá às 17h no estádio do Pacaembu (SP) e os organizadores esperam um bom público para a grande final.

Ano novo e ATITUDE renovada dentro e fora de campo


O torcedor do Vitória certamente não guarda boas recordações das últimas duas temporadas disputadas pelo clube. Em 2010, apesar de ter mantido a hegemonia estadual, sagrando-se tetra-campeão baiano, perdeu o título da Copa Do Brasil em pleno Barradão e foi rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Em 2011, conseguiu ser eliminado pelo “tradicionalíssimo” Botafogo da Paraíba na Copa do Brasil, perdeu o Baiano para o seu mais novo maior rival, Bahia de Feira e entregou de bandeja o retorno à Série A ao Sport – RE.

O pequeno resumo acima serviu apenas para destacar a onda de desastres que tem acometido o nosso saudoso Leão. Mas o objetivo principal desse texto é questionar a parcela de culpa que cabe também ao torcedor rubro-negro pelos insucessos dentro de campo. O nosso comportamento tem sido omisso do ponto de vista “político”. Inúmeras comparações podem ser feitas sobre a atuação incisiva de torcedores para cobrar melhores resultados dentro do gramado. As organizadas de Palmeiras e Corinthians são um “bom exemplo” disso, excetuando-se, é lógico, o padrão de violência que também lhes é peculiar. Se bem que não existe referência mais atual do que a torcida do próprio Sport – RE, um dos concorrentes direto este ano e “ladrão” da última vaga que manteve o Vitória na série B. Restando quatro rodadas para o final do campeonato um grupo de torcedores exagerou na dose ao apedrejar o ônibus do clube e ameaçar jogadores e dirigentes, mas conseguiu provocar um valioso efeito colateral que mexeu com o brio dos jogadores. A partir daí, o rubro-negro pernambucano reagiu e venceu quatro partidas seguidas, conquistando o tão sonhado acesso.


Que o ano de 2012 nos traga melhores resultados e a conquista do acesso à Série A do futebol brasileiro. Um clube com dois milhões de torcedores não pode ser relegado à condição de coadjuvante. Espero que a cartolagem “honesta” que dirige o nosso clube erre menos e entenda de uma vez por todas que futebol é paixão e bola na rede. Do que adianta torcer para um time de futebol “equilibrado financeiramente” e cheio de certidões negativas mas que consegue perder jogos em casa para uma platéia de 40 mil expectadores?

Em tempo: a “síndrome do entrega” que tem acometido o time profissional estendeu-se para os meninos do SUB-20. Na tarde de hoje, numa partida válida pelo campeonato brasileiro da categoria, a garotada vencia o jogo por 1x0 até a metade do segundo tempo, mas permitiu a virada em INACREDITÁVEIS quatro minutos. Espero que Alexi “honesto” Portela tenha agendado uma ida à colina sagrada ainda este ano.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gigante pela própria natureza



Há algumas semanas a empresa escocesa Johnnie Walker, fabricante de uma das marcas de uísques mais famosas do mundo lançou uma campanha que tem causado muito burburinho. Um gigante adormecido que desperta e caminha a passos firmes pelas ruas da capital carioca.

A primeira impressão que tive aponta para o que parece ser o “mais óbvio”: uma bela sacada de marketing, aliada a um propósito político muito bem elaborado. Para entusiastas da governabilidade petista ou não é difícil negar que o país tem conquistado avanços significativos nas três últimas décadas. Sim, digo isso porque tenho sobriedade suficiente para reconhecer que o “sucesso” econômico que desfrutamos hoje teve sua origem na gestão tucana de FHC e devemos muito à herança que nos foi deixada. Ao PT, prefiro creditar as políticas sociais implantadas e por ter mostrado maturidade política ao manter o modelo econômico do seu antecessor. Enfim, palmas para os dois.

Voltando à campanha comercial penso que seja uma clara menção a tudo isso que foi dito no parágrafo anterior. Muitos líderes políticos do passado e do presente costumam fazer menção ao Brasil como um gigante adormecido que cedo ou tarde despertará. De fato, nosso país possui inúmeras potencialidades. Dos fatores climáticos e de posição geográfica aos de natureza econômica e social, nós podemos muito. Obviamente, muito mais do que somos hoje.

O que nos falta é gestão responsável e menos corrupção. Ativa, passiva, privada e principalmente pública. Uma profunda e duradoura mudança de postura dos políticos que governam essa pátria de dimensões continentais e também da população. População essa que reclama constantemente da politicagem, mas que peca ao não exigir disciplina e freqüência escolar dos seus filhos pródigos; afinal de contas, com uma boa base educacional eles podem SER os NOSSOS políticos COMPROMETIDOS do futuro.

Confesso que nem de uísque eu gosto. Aliás, adoraria exaltar peças publicitárias de empresas essencialmente nacionais, como uma fabricante de cachaça, por exemplo, que é uma das inúmeras identidades que possuímos. Infelizmente, AINDA não é o caso. Porém, não posso deixar de parabenizar a “generosidade” da JW mesmo sabendo que muito disso se deve aos constantes recordes de vendas conquistados em nosso país.

Como tudo na vida, é só mais uma mão dupla.

Em tempo: a superprodução contou com 420 profissionais, duas toneladas de equipamentos, 216 figurantes e mais de 12 mil horas de trabalho em computação gráfica.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Operação integrada prende um dos traficantes mais procurados do país

Menos um...


Uma mega operação envolvendo a Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Polícia Federal culminou na prisão do traficante conhecido como “Nem da Rocinha”, na madrugada de ontem. O homem que chefiava o tráfico numa das maiores favelas da América Latina foi preso dentro do porta-malas de um veículo de luxo quando tentava fugir por conta da ocupação já anunciada para o fim de semana. A Secretaria de Segurança Pública vai implantar mais uma base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nesta localidade.

O criminoso comandava o tráfico na favela da Rocinha há aproximadamente 10 anos. Foi responsável por uma série de eventos aterrorizantes ocorridos na cidade. Ano passado, esteve num intenso tiroteio dentro de uma avenida movimentada da capital carioca e foi notícia também quando a polícia descobriu a mansão onde morava em meio à pobreza latente do morro.

Os policiais que participaram da operação afirmaram que Nem e seus comparsas chegaram a oferecer propina de 1 milhão de reais em troca da liberdade. Graças à honestidade e honradez desses agentes a oferta foi negada e mais uma frente do poder paralelo deve ser enfraquecida. Obviamente, a prisão do traficante vai nutrir os setores de investigação com informações valiosas para que novas incursões sejam feitas a fim de garantir o recolhimento de armas, a identificação de mais criminosos e o desbaratamento de depósitos que fazem o preparo das drogas. Foi, sem dúvida, uma grande vitória.

A expectativa é de que novas batalhas contra o crime sejam vencidas. A ocupação da favela da Rocinha tende a melhorar o acesso da população aos serviços públicos de saúde, educação e lazer, além de garantir a segurança. É preciso frisar mais uma vez a importância de uma aproximação sadia entre a polícia e os cidadãos. Assim como Nem, outros traficantes criaram sabiamente uma falsa identidade com os moradores em troca do silêncio e da imposição das suas atividades. O Estado precisa retomar o seu espaço para que a criminalidade não fortaleça ainda mais o poder paralelo fazendo crescer a sensação de insegurança e impunidade que tomou conta das grandes cidades brasileiras.

PS- Não adianta também prender esses caras e permitir que eles continuem comandando o tráfico de dentro da prisão. Não é novidade que mesmo nos ditos “presídios de segurança máxima” há registros de movimentação para garantir a manutenção das atividades criminosas para além dos seus muros. Essa torneira também precisa ser fechada para que o córrego do tráfico possa secar definitivamente.

A dança dos ministros parece não ter fim


Otimismo à parte, Lupi está na berlinda

Após a queda de cinco ministros do seu governo por suspeitas de corrupção a presidenta Dilma Roussef terá de gerenciar uma nova crise. A bola da vez é o Ministério do Trabalho, que tem a pasta chefiada por Carlos Lupi, do PDT. Mais uma vez denúncias deflagradas pela revista Veja dão conta de um esquema para cobrança de propina entre ONGs e o ministério, culminando na surpreendente cifra de R$ 41 milhões de reais. O cerne da questão é o favorecimento a essas ONGs para a assinatura de convênios destinados à capacitação profissional.

Assim como o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva, Carlos Lupi segue a cartilha e nega todas as informações. De cara, demitiu o seu assessor e coordenador geral de Qualificação (que é um dos desmembramentos de projetos ligados à promoção do emprego) e garantiu que ao final das investigações sairá ileso da crise. Aliás, Lupi tem utilizado um tom sarcástico perante o bombardeio comandado pela oposição e dentro do próprio partido. Foi irônico ao afirmar que só sairia do cargo se fosse abatido por arma de fogo e quando questionado se seria a bola da vez na dança dos ministros, respondeu no mesmo tom: “só se for bola sete, a bola da vitória”.

Apesar de esbanjar tanto otimismo o ainda ministro do trabalho sabe que a batalha está apenas do começo. O primeiro grande passo será resistir à pressão da mídia e dos partidos opositores, sedentos por mais uma sangria dentro do governo. Ele provavelmente será chamado a depor uma dezena de vezes e dificilmente conseguirá se sustentar no cargo até o final das investigações; afinal de contas, a merda já foi jogada no ventilador.

A desconfiança dentro da pasta tende a aumentar quando relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam irregularidades em diversos contratos assinados pelo ministério. Ou seja, outra frente de ataque.  Tudo indica que Carlos Lupi não será alvejado por armas de fogo, como o próprio chegou a sugerir. Mas, para evitar a queda, precisa incrementar a blindagem para resistir ao bombardeio moral que se anuncia.

Vamos aguardar!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lá se vai mais um: Orlando Silva renuncia ao cargo

A reza não foi suficiente
Na tarde desta quarta-feira, 25 de outubro, mais um ministro do governo Dilma Roussef renunciou ao cargo. Como já havia relatado em postagem anterior o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, não resistiu às denúncias deflagradas pelo ex-militante do PC do B, João Dias, sobre desvios de dinheiro do programa Segundo Tempo. Desde que as primeiras acusações foram detonadas pela revista Veja Silva lutou para manter-se no cargo, mas sofreu o seu maior revés quando o Superior Tribunal Federal decidiu pela abertura de inquérito. Essa foi a gota d’água para a oposição que estrategicamente engrossou o tom do discurso tornando a situação do então ministro insustentável.

Concomitante à abertura do inquérito espera-se que o policial João Dias apresente provas sólidas e concretas que contribua de forma efetiva para a elucidação do caso. Mesmo afirmando que o ex-ministro participava e tinha pleno conhecimento do esquema Dias não conseguiu, por intermédio de comprovações materiais e irrevogáveis, determinar o seu envolvimento. Dito pelo não dito poderemos ter mais um escândalo de corrupção que terminará em pizza.

A questão agora é saber até que ponto a renúncia de Orlando Silva afetará o gerenciamento das tratativas sobre a Copa 2014, já que ele próprio era o principal porta-voz do governo para mediar esses assuntos com a FIFA. Vale ressaltar também que os atrasos são eminentes em todas as cidades-sede, em maior ou menor proporção, e que uma transição como esta pode comprometer ainda mais o planejamento.

É vergonhoso para o nosso país o histórico de falcatruas que se sucedem sem que nada seja feito para mudar esse triste quadro. A reforma política nunca deixou de ser uma pauta importante, mas sequer é discutida seriamente pelos políticos que transitam soberbamente pelo Congresso Nacional. Fazem isso porque carregam no antro dos seus cargos uma marca forte e indelével: o voto de confiança dado pela população, esses mesmos eleitores que hoje clamam por justiça insistem em colocar o poder nas mãos de pessoas que são, na mesma medida, desonestas e incapacitadas.

Orlando Silva não foi o primeiro e nem será o último. As investigações ainda estão em fase preliminar, mas com a renúncia, ele se juntou ao seleto time de ministros afastados por suspeita de corrupção. Nessa ordem: Antônio Palocci, da Casa Civil; Alfredo Nascimento, dos Transportes; Vagner Rossi, da Agricultura; e Pedro Novais, do Turismo.

Atenção presidenta Dilma! “Presunção de inocência” para político brasileiro é utopia. Onde há fumaça, há fogo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Enterro de Kadhafi abre caminho para uma nova batalha

Levante popular triunfa na Líbia

O último capítulo da tirania do ditador Muammar Kadhafi foi assinado hoje. O ex- Chefe de Estado líbio foi capturado e morto na semana passada e enterrado em local secreto em meio ao deserto do seu país. Mesmo com toda a riqueza adquirida de forma sombria ao longo dos 42 anos que ficou no poder informações dão conta de que ele estava escondido numa tubulação de esgoto da sua cidade natal, Sirte.

O líder deposto havia fugido de Trípoli desde que as forças do governo interino assumiram o controle da capital. Na verdade, antes mesmo de tomar o QG do ditador, a revolta civil no país já havia controlado outras cidades menores de forma estratégica até partir para o enfrentamento final. Foram meses de terror com muito derramamento de sangue, bombardeios das forças de coalizão e um balanço de aproximadamente oito mil mortos.

Mesmo com os efeitos colaterais assustadores a população local comemorava a cada avanço dos combatentes. Assim como ocorreu na Tunísia e no Egito, os manifestantes lutaram por um país livre, democrático e que passasse a respeitar as convenções primordiais dos direitos humanos. Algo que passou distante do “modus operandi” de Kadhafi e sua trupe, isso sem falar da corrupção latente em todos os setores do governo.

A morte do tirano pôs fim à parte trágica e mais dolorosa da história dos libaneses. Mas a verdadeira batalha começa agora, a batalha pela reconstrução do país. Apesar da euforia no território líbio e de parte da imprensa internacional é preciso salientar que os processos de transição costumam levar anos, às vezes décadas e não em poucas oportunidades sequer acontecem. Tivemos exemplos claros dessa realidade em uma dezena de países africanos e mais recentemente com o Iraque e o Afeganistão. Saddam Russein e Osama Bin Laden deixaram o poder, mas nem por isso essas nações entraram de forma definitiva na rota do progresso. Aliás, ainda hoje, estão muito distantes disso.

Estamos falando de uma transição brusca; da tirania e do controle ferrenho para um sonho de liberdade e igualdade de direitos para todos os cidadãos. São dois extremos, infinitamente distintos, o que nos leva a crer que a verdadeira batalha ainda está por vir.

A mídia festeja: mais um ministro na berlinda


Orlando Silva - Ministro dos Esportes

A revista Veja publicou uma reportagem denunciando um suposto esquema de corrupção envolvendo a alta cúpula do Ministério dos Esportes na gestão do programa Segundo Tempo. A ponta deste iceberg dá conta de um desvio de 40 milhões de reais dos cofres do referido programa que visa à promoção da prática esportiva em comunidades carentes de todo o país. O alvo principal das denúncias foi o chefe da pasta, o ministro Orlando Silva, que seria um dos mentores e principais beneficiados do esquema.

As acusações partiram do policial militar João Dias, o mesmo que responde a uma série de processos por desvio de dinheiro oriundo de convênios assinados com o próprio ministério e que deveria ser destinado ao programa Segundo Tempo. É importante frisar que Dias foi militante do PC do B, partido atual do ministro. Como já era de se esperar o assunto foi ganhando notoriedade na mídia sem que o acusador leva-se a público as provas das irregularidades que tinha apontado. O programa Fantástico, por exemplo, destinou longos e intermináveis minutos para propagar a denúncia e incutir no imaginário do povo brasileiro a existência de mais um escândalo protagonizado pelo governo do PT.

Foi aí que no dia de hoje, 24 de outubro, tomei nota que o policial finalmente depôs na Polícia Federal desmentindo quase tudo que tinha falado e praticamente isentou o ministro de envolvimento direto nas maracutaias do programa.

As investigações ainda não terminaram, pelo contrário, estão apenas no começo. Mas gostaria de externar a minha indignação com esta imprensa tupiniquim e retrógrada que finge pairar acima do bem e da verdade, sem que passe de um conglomerado todo poderoso e sedento em defender os seus interesses sombrios a qualquer custo. Somente no Brasil o acusado tem de se desdobrar para justificar sua inocência, ainda que o denunciante tenha sequer apresentado comprovações daquilo que disse. No final temos esse tremendo papelão que foi o depoimento do não menos suspeito e nada idôneo policial militar recuando frente à repercussão do caso. Enquanto todos pregavam um caça às bruxas e a conseqüente demissão de Orlando Silva, Dilma fez uma rápida reunião para confirmar a sua manutenção no cargo até que tudo seja apurado.

Como brasileiro estou cansado de tantos factóides e das tentativas frustradas da revista Veja e da Rede Globo de Televisão em arranhar a imagem do governo a qualquer custo. Não tenho procuração alguma para defender a trupe de políticos que comanda o nosso país e tampouco sou adepto de ideologias partidárias. Aliás, lembro perfeitamente que quatro ministros deste mesmo governo foram afastados por envolvimento em falcatruas; trocando em miúdos: de santinhos com rabo e tridente o inferno e o Congresso Nacional estão cheios.

Só não me venham com “fabricação de notícias”, pois prefiro aguardar cenas do próximo capítulo.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dinamarca elimina Portugal na apuração para a Euro 2012


Confira os gols deste jogo

Numa partida eletrizante no Parken Stadium, em Copenhagen, a Dinamarca venceu Portugal pelo placar de 2 x 1 e garantiu vaga na Eurocopa 2012. A equipe da casa, campeã européia em 1992, superou os portugueses com um futebol taticamente disciplinado e jogadas de contra-ataque insinuantes que resultou, inclusive, no segundo gol marcado por Nicklas Bendtner.



Pré-jogo – Nos dias que antecederam a partida, muito se falou sobre o favoritismo de Portugal devido à qualidade técnica de seus jogadores, especialmente do craque Cristiano Ronaldo e do avançado Nani. A seleção portuguesa vinha de cinco triunfos consecutivos na fase classificatória da Euro e contava com a inspiração e autoconfiança do seu treinador Paulo Bento. O comandante, aliás, abusou da modéstia ao afirmar que venceria a Dinamarca, mantendo o padrão de jogo implementado por ele na seqüência histórica de triunfos.


O problema é que os jogadores dinamarqueses demonstraram uma disposição tática invejável a qualquer grande equipe do futebol mundial e tiveram apoio maciço da torcida. Jogaram com inteligência, frieza e souberam matar a partida no momento certo. De quebra, igualaram o feito de dois anos atrás, quando também fizeram os portugueses disputar a repescagem para a Copa do Mundo 2010.

                 

Portugueses saem cabisbaixos ao final da partida                       Cristiano Ronaldo: muita "marra" e pouco futebol


Em tempo de compensação vale destacar o belíssimo gol de falta marcado por Cristiano Ronaldo (confira no vídeo), o R7 do futebol mundial. No mais, festa em Copenhagen e felicidade para um torcedor brasileiro que vibrou com a envolvente exibição dos nórdicos.


Demais classificados      Além da Dinamarca garantiram vaga na segunda fase da Euro 2012 a Alemanha, Itália, Espanha, Holanda, Inglaterra, França, Rússia, Grécia  e Suécia, restando agora mais 4 vagas a serem preenchidas após a disputa da respecagem. Polônia e Ucrânia qualificaram-se automaticamente por serem os países que sediarão o evento.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A gente não quer só polícia



A Secretaria de Segurança Pública da Bahia inaugurou na manhã de ontem (27 de setembro) mais três Bases Comunitárias de Segurança em Salvador. Desta feita, toda a região que compreende o Nordeste de Amaralina e adjacências foi contemplada.

A primeira base comunitária da capital baiana foi instalada no bairro do Calabar, em abril deste ano, para combater os altos índices de violência e a falta de acesso dos seus moradores aos serviços essenciais de saúde, educação e lazer. Alguns meses após a sua instalação pode-se afirmar que houve uma queda considerável das ocorrências policiais, mas muito do que se prometeu sobre propiciar uma melhor qualidade de vida à população local não saiu do papel.

O problema é que os chamados bairros periféricos não sofrem apenas com a falta de segurança. Serviços básicos, porém essenciais, como iluminação, redes de esgotamento sanitário, creches, escolas, postos de saúde e espaços públicos de lazer são altamente deficitários, criando uma imensa lacuna social, independente da melhoria significativa da segurança.

A instalação das UPP´S (Unidades de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro confirma essa tendência. Estudos comprovam que a pacificação foi conquistada em maior ou menor índice nas localidades contempladas, mas a aplicação de políticas públicas que promovam a garantia dos direitos humanos e a mobilização do Estado para atender todas as vertentes sociais ainda não virou realidade.



A população carente de Salvador, assim como a dos morros e favelas cariocas, não precisa de “polícia” na acepção mais simplista da palavra. Precisa de uma corporação que saiba lidar com as diferenças, respeite a autonomia e a cultura local, não use da opressão para instituir poder e que seja uma espécie de associação de moradores preocupada com o bem-estar em sua totalidade.

Ainda assim, nada nos impede de comemorar mais uma iniciativa que promete restabelecer a paz numa das regiões mais violentas da cidade.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

FIFA ameaça tirar Mundial de 2014 do Brasil

 

Não é mais boato. A FIFA estaria sim disposta a cancelar a realização da Copa do Mundo no Brasil devido a divergências com o governo federal. Ainda é cedo para avaliar as reais possibilidades de isso acontecer, mas caso não haja um entendimento o evento poderia ser sediado nos EUA ou na própria Alemanha que correspondeu positivamente a todas as expectativas em 2006.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter (foto), enviou uma carta de ultimato à presidenta Dilma Roussef, solicitando que o país acelerasse as obras nos estádios e que enviasse para o congresso a Lei Geral da Copa. Um dos entraves é a definição sobre a venda de meia-entrada para idosos, que consta inclusive no Estatuto do Torcedor, algo que a FIFA já havia vetado em eventos anteriores e quer repetir a conduta no Brasil. Outras questões ligadas à publicidade nos estádios e ao comércio como um todo também seguem sem definição.

Difícil acreditar na suspensão da Copa em nosso país, o que denotaria uma tremenda falta de organização de todas as partes envolvidas, mas devemos reconhecer que muita coisa precisa ser feita e estamos tocando as exigências da FIFA em ritmo desacelerado. Por outro lado, penso que o Brasil não deve ceder às pressões e ir de encontro, inclusive, com algumas premissas básicas que por lei regem o nosso futebol. Agora, sem dúvida alguma, devemos rever todos os prazos, repensar alguns projetos, colocá-los em prática e arregaçar as mangas para receber milhões de turistas que nos visitarão em 2014. Assim como a África do Sul foi capaz de sediar o evento, nós também somos. Só precisamos acreditar nisso!

Não acredite em tudo o que lê e ouve



1º  Reparem os títulos dos jornais O Globo e Folha de São Paulo, datados de 13 de janeiro de 2008, referentes à reabertura do Museu de Arte de São Paulo (Masp):

* O Globo: "Masp reabre com mais polícia do que público".

* Folha de São Paulo: "Na reabertura do Masp, sobra público e falta segurança".

Dois veículos e o mesmo fato. Porque a discrepância?

2º  Por que a atividade jornalística é tida como de natureza social e finalidade pública se é mantida exclusivamente por empresas privadas? Talvez para vender a noção de isenção, objetividade e imparcialidade. Acredite quem quiser!

Aborto. Reprimir ou legalizar?



Na última corrida presidencial o tema aborto foi alçado a papel de destaque pelos candidatos. Muito se questionou acerca da descriminalização da prática no país, mas não avançamos muito nesse sentido. A discussão serviu apenas para apimentar os embates porque as estatísticas de mortes provocadas pelos procedimentos clandestinos não param de crescer. Uma temeridade!

No centro da polêmica está a Igreja Católica e os seus dogmas religiosos. O Brasil é a pátria com o maior contingente de católicos do mundo e tanto a população quanto as autoridades públicas tomam esses dogmas como norte para se posicionar sobre o debate. Recentemente, o Papa Bento XVI voltou a afirmar que é contrário à descriminalização ignorando a liberdade de consciência propagada pela entidade que dirige e um sem número de vidas ceifadas em consultório ilegais.


Em contrapartida os religiosos conservadores acreditam que se a lei de descriminalização for aprovada haverá uma corrida desenfreada de mulheres para os hospitais, uma espécie de “indústria da morte” bancada pelo Estado e com total anuência da igreja. Daí se explica o posicionamento contrário.


O problema é que mesmo sem a existência de uma lei específica milhões de mulheres brasileiras perdem suas vidas ao adotar a prática pelas vias da clandestinidade. Independentemente da questão religiosa devemos priorizar a educação sexual, os métodos contraceptivos e a preservação da vida, que é, sem dúvida alguma, o maior expoente de toda a discussão. A propósito, a contracepção também é duramente criticada pela Igreja.

Penso que vivemos um retrocesso dos direitos conquistados pelas mulheres ao longo dos séculos. Temos de levar em consideração situações extremas de gravidez indesejada, como o estupro, por exemplo. Quem se posicionaria contra o aborto se tivesse um parente próximo vítima de tal agressão? A hipocrisia não pode servir como plano de fundo, mas reconheço que também não tenho uma opinião sólida e definida a respeito. Prefiro ficar com os defensores da educação sexual e dos métodos contraceptivos em “condições normais” de gravidez, mas sou terminantemente contrário à repressão nos casos de violência sexual.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Reforma política já!



Os sucessivos escândalos e denúncias de corrupção fazem crescer o anseio de milhões de brasileiros por um projeto consistente de reforma política. Os fatos mais recentes remontam à queda de quatro ministros do governo da presidenta Dilma Roussef, iniciado há pouco mais de seis meses.

A discussão sobre a urgência de uma reforma do modo de fazer política no Brasil volta à tona, desta vez capitaneada por partidos que compõem o bloco de esquerda: PT, PDT, PC do B e PSB, valendo destacar também a “colaboração” do ex-presidente Lula. Uma das principais propostas é a substituição do financiamento privado das campanhas pela utilização exclusiva de recursos públicos como forma de aumentar a transparência no período que antecede às eleições e, especialmente, quando a “festa da democracia” termina. Isso porque as irregularidades do financiamento privado das campanhas são notórias. A começar pelo relacionamento suspeito das empresas e pessoas físicas financiadoras com os futuros governos. É óbvio que existe uma expectativa da parte de quem doa configurando uma espécie de mão dupla. Não acredito na mera identificação com a ideologia partidária e outras pérolas contadas por defensores do financiamento privado. Tanto é que as doações são feitas para candidatos diferentes, de partidos diferentes e é muito comum empresas que destinaram vultosos recursos vencerem de forma sombria licitações para tocar obras públicas.

Outro ponto importante do financiamento público das campanhas é reduzir a disparidade do poderio econômico dentro dos partidos. Se assim fosse, por exemplo, é certo que quem disputaria diretamente com a atual presidenta na última eleição seria Marina Silva que “correu por fora” justamente por não contar com donativos que fizessem páreo ao que foi empregado na campanha do tucano José Serra. Chega a ser uma covardia comparar os recursos arrecadados pelo PSDB e seus aliados com o que foi destinado para o PV.

A expectativa é de que a tão sonhada e distante reforma política torne-se uma realidade ou de que pelo menos parte das suas premissas seja validada antes das próximas eleições. Precisamos reunir esforços para aumentar a transparência da política brasileira, pois estamos aumentando a cada dia nossa representatividade e importância globais, ainda obscurecidas pelos constantes escândalos divulgados no noticiário internacional.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Acabou a “farra” dos veículos importados


Quem desejar adquirir um veículo importado vai pagar mais caro. O governo federal decidiu aumentar em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) gerando críticas de consumidores e das empresas que passaram a investir alto no Brasil (especialmente chinesas e coreanas). A medida, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto), tem por objetivo proteger o mercado nacional da invasão dos importados e aumentar a competitividade dos veículos nacionais. Ainda segundo o ministro apenas as empresas que provarem que etapas importantes do processo produtivo são realizadas aqui no Brasil estarão isentas do reajuste.

Difícil avaliar a medida tomada pelo governo. Do ponto de vista dos consumidores, que assim como as montadoras serão afetados (no que tange ao preço final do produto), a iniciativa é desastrosa. Grande parte dos veículos importados comercializados no país oferece vantagens em relação aos nacionais. O tempo de garantia e os itens de série já embutidos no valor final do produto são um grande atrativo. Por outro lado, a “invasão” dos importados tem deixado os pátios das indústrias nacionais lotados, podendo ser o estopim de uma reação em cadeia que pode desempregar milhões de brasileiros. Mas será que as concessionárias estrangeiras trazem funcionários do seu país de origem para trabalhar aqui? Uma dicotomia, já que o governo brasileiro fala em demissões nas concessionárias de montadoras nacionais, mas a proliferação das concessionárias de montadoras estrangeiras, por sua vez, não pára de empregar.

O engraçado é que a histórica farra com dinheiro público gera uma desconfiança quase que automática na população. Acho válida a tentativa de proteger o mercado nacional, mas sou reticente sobre a real necessidade de reajustar os impostos, uma vez que o bolso do trabalhador será lesado mais uma vez. Por que não reduzir a carga tributária das montadoras nacionais para fazer frente às estrangeiras? O mercado interno ficaria ainda mais aquecido, as pessoas comprariam como nunca e o recolhimento de impostos seria da mesma forma, alçado a condições ainda melhores. Enfim, mais uma decisão tomada sem um aparente debate entre os setores interessados e o resultado é sempre o mesmo: vai doer no nosso bolso!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Faltam 1.000 dias para a Copa. Tem o que comemorar?



O povo brasileiro iniciou na data de hoje, 15.09.2011, a contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014. Em diversos estados que sediarão o evento esportivo haverá solenidades, destacando-se Belo Horizonte, com a presença de Pelé e da presidenta Dilma Roussef.

Restando “apenas” 1.000 dias para a adequação de toda a infraestrutura das cidades e construção das arenas pode-se afirmar que o quadro atual é preocupante. De acordo com o Portal 2014 (disponível em http://www.copa2014.org.br/) quatro das 12 arenas estão com atrasos no cronograma das obras: Curitiba (Arena da Baixada); Natal (Estádio das Dunas); Rio de Janeiro (Maracanã) – que desde 1º de setembro enfrenta greve dos trabalhadores; e Porto Alegre (Estádio Beira Rio). Vale ressaltar que nessas cidades existem atrasos também na execução das obras em aeroportos, vias públicas, construção e ampliação de hospitais e implementação de novas políticas de segurança pública.

Em Salvador, ainda segundo o Portal 2014 e outras mídias que fazem o acompanhamento das obras, o projeto da Arena Fonte Nova segue em ritmo acelerado. No entanto, nenhuma das propostas para melhorar a mobilidade urbana saiu do papel, assim como os serviços de reforma / ampliação das estações de transbordo, hospitais e estratégias para conter o avanço da criminalidade.

Em meio às “comemorações” pelo marco dos 1.000 dias para o início da Copa, os cidadãos soteropolitanos estão de cabeça quente com a administração municipal e a conivência do Palácio de Ondina. O prefeito João Henrique acaba de anunciar a privatização das estações de transbordo da capital, do Elevador Lacerda e dos planos inclinados, com a justificativa de que o município não dispõe de verba suficiente para administrá-los. Ainda nesse semestre a prefeitura deverá abrir licitação para que já em 2012 os aparatos públicos citados acima sejam geridos por empresas de capital privado, sem que haja garantias efetivas da qualidade dos serviços, assim como do valor que será cobrado à população.

Assim como encontramos tempo para “comemorar” o início da contagem regressiva a expectativa é de que daqui a 1.000 dias estejamos devidamente preparados para receber os milhares de turistas que vão desembarcar em solo brasileiro. Em solo baiano, sorte do turista que conseguir fazer o trajeto aeroporto – hotel – hotel – Arena Fonte Nova – Arena Fonte Nova – Pelourinho sem os travamentos viários de hoje e de não cruzar com um sacizeiro perambulando e roubando sua máquina fotográfica nas vielas do Centro Histórico.

Avante Salvador, Bahia e Brasil. 2014 é logo ali!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O “toma lá dá cá” de Patrícia Poeta


O programa Fantástico exibido no domingo (11.09.2011) reservou aos seus telespectadores uma cena no mínimo desconcertante. A jornalista Patrícia Poeta, apresentadora do referido programa, conduziu uma entrevista no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Roussef para tratar dos mais variados temas; do tipo de comida servido na residência oficial do Chefe de Estado, passando pelas expectativas em torno da Copa do Mundo até chegar às questões essencialmente políticas. Em determinado momento da entrevista Patrícia resolve questionar a presidenta sobre as alianças partidárias que são feitas (mesmo porque num país pluripartidarista como o nosso não se governa sem essas alianças) ilustrando com o termo “toma lá dá cá”. Dilma, visivelmente contrariada, mas bastante segura, pede que a jornalista lhe dê um exemplo do “dá cá” que, em contrapartida, ela daria um do “toma lá”. Surpresa e sem reação, Patrícia Poeta permanece atônita com as mãos no queixo e não consegue proferir sequer uma palavra. Percebendo isso, a presidenta quebra o silêncio e diz que tudo não passou de uma brincadeira.

Em primeiro lugar é preciso dizer que foi visível certo nervosismo de Patrícia Poeta na condução da entrevista, o que é indiscutivelmente natural. Mesmo com toda bagagem que possui ela não está isenta de sentir ansiedade ao entrevistar a maior autoridade política do país; só não acredito que a direção do Departamento de Jornalismo da Globo aceite isso com tanta naturalidade. No entanto, não consigo entender como uma jornalista experiente pôde formular equivocadamente uma pergunta tão simples. Ora, todos nós cidadãos brasileiros sabemos da existência e da necessidade dessas alianças para que decisões importantes (ou não) sejam tomadas e logicamente reconhecemos também um número incontável de maracutaias provenientes dessas “ligações”. Mais grave do que tudo isso foi perceber que a emissora “cortou” essa parte da entrevista ao exibi-la no matinal Bom dia Brasil da segunda-feira (12.09.2011). Além de uma gafe gritante uma enorme falta de comprometimento com a verdade e com os seus telespectadores; mais uma vez, a Rede Globo manipula a informação para defender os seus interesses. Onde está o jornalismo verdade tão propagado pela emissora?



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Revitalização da orla de Salvador



Pensar o processo de revitalização da orla de Salvador apenas pelo lado emocional é reduzir a verdadeira extensão do problema. Óbvio que ignorar o sofrimento de centenas de famílias que por muito tempo sobreviveram da comercialização de bebidas, petiscos e frutos do mar nessas barracas é cruel por demais. No entanto, devemos encarar o fato sob todos os aspectos, inclusive os motivos que levaram à demolição, assim como o que se objetiva futuramente.

É sabido que muitos desses estabelecimentos eram mantidos sem as mínimas condições de higiene. As irregularidades sanitárias vão desde os locais onde os alimentos eram produzidos até o esgoto que escoava para a praia sem as devidas análises técnicas de impacto ambiental. Sem falar da deterioração e sucateamento da estrutura de muitas dessas barracas, provocando um efeito visual altamente negativo para turistas e visitantes de diversas regiões do país.

Por outro lado, vários questionamentos podem ser levantados partindo da premissa que assim como existiam barracas em estado deplorável, muitas outras passaram por investimentos vultosos e ofereciam o que há de melhor para seus clientes, além de atuar dentro dos padrões exigidos pela vigilância sanitária. Eram também visualmente atrativas e causavam um contraste saudável com a imensidão das praias que lhes serviam como plano de fundo. O que havia de errado então? Uma lei federal que proíbe a construção de estabelecimentos em áreas de propriedade da União.

Estima-se que o projeto de revitalização vai custar algo em torno de R$ 900 milhões de reais aos cofres da prefeitura. Parte desse recurso poderá ser financiado numa parceria entre a esfera municipal e a iniciativa privada, diretamente interessada no não menos polêmico processo de verticalização da costa de Salvador.

O problema é que o trabalho de demolição das barracas já foi concluído e até então não existe uma proposta concreta, uma alternativa para a retomada da fonte de renda dessas famílias. Elas vão sobreviver de que maneira? Do ponto de vista sócio-econômico, é justo aprovar um projeto de desapropriação sem pensar na realocação dessas pessoas?

Até lá elas vão se virando para garantir o pão nosso de cada dia. Tudo pela modernização!

Cadê o metrô?



Há pouco mais de dez anos, o então prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, anunciava o início das obras do metrô. O prazo para a implementação de suas atividades era de aproximadamente 3 anos, mas ainda hoje, sequer a primeira etapa foi inaugurada (trecho Estação Pirajá x Estação da Lapa).

Uma série de denúncias foram deflagradas, como o do já costumeiro desvio de verbas, superfaturamento e fraude nas licitações. De quebra, ainda foi noticiado que o governo do estado, naquele período, estava sendo boicotado no repasse das verbas, que originalmente adivinha do Ministério dos Transportes. A equação é simples: ministério= governo federal= PT = OPOSIÇÃO. Que se dane o povo.

Entretanto, o tempo passou, e os partidos que hoje comandam a cidade, nas duas principais frontes (prefeitura e governo), são, respectivamente, aliados e integrantes da base governista. Onde está o erro agora?

No frigir dos ovos, a população de Salvador é a maior prejudicada. Refém de um sistema de transporte público supostamente deficitário, porém, antes de qualquer outra justificativa, sucatado, desorganizado e ineficiente, pena horas a fio nas estações de transbordo e pontos de ônibus espalhados pela cidade. Sem falar da falta de manutenção dos veículos, que contribui para tornar ainda mais caótico o trânsito e colocar em risco a vida de milhares de passageiros.