A Secretaria de Segurança Pública da Bahia inaugurou na manhã de ontem (27 de setembro) mais três Bases Comunitárias de Segurança em Salvador. Desta feita, toda a região que compreende o Nordeste de Amaralina e adjacências foi contemplada.
A primeira base comunitária da capital baiana foi instalada no bairro do Calabar, em abril deste ano, para combater os altos índices de violência e a falta de acesso dos seus moradores aos serviços essenciais de saúde, educação e lazer. Alguns meses após a sua instalação pode-se afirmar que houve uma queda considerável das ocorrências policiais, mas muito do que se prometeu sobre propiciar uma melhor qualidade de vida à população local não saiu do papel.
O problema é que os chamados bairros periféricos não sofrem apenas com a falta de segurança. Serviços básicos, porém essenciais, como iluminação, redes de esgotamento sanitário, creches, escolas, postos de saúde e espaços públicos de lazer são altamente deficitários, criando uma imensa lacuna social, independente da melhoria significativa da segurança.
A instalação das UPP´S (Unidades de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro confirma essa tendência. Estudos comprovam que a pacificação foi conquistada em maior ou menor índice nas localidades contempladas, mas a aplicação de políticas públicas que promovam a garantia dos direitos humanos e a mobilização do Estado para atender todas as vertentes sociais ainda não virou realidade.
A população carente de Salvador, assim como a dos morros e favelas cariocas, não precisa de “polícia” na acepção mais simplista da palavra. Precisa de uma corporação que saiba lidar com as diferenças, respeite a autonomia e a cultura local, não use da opressão para instituir poder e que seja uma espécie de associação de moradores preocupada com o bem-estar em sua totalidade.
Ainda assim, nada nos impede de comemorar mais uma iniciativa que promete restabelecer a paz numa das regiões mais violentas da cidade.