* O valor intrínseco do indivíduo, composto pelo seu caráter e personalidade é facilmente substituído pela beleza perecível, passageira, aquela que inevitavelmente se desgasta com a ação do tempo.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012



Nos últimos anos temos assistido ao aumento significativo do índice de violência em nossa cidade e região metropolitana. A estratificação dos bairros já não serve para delinear onde exatamente as demonstrações públicas de intolerância e desrespeito às leis ocorrem com menor ou maior freqüência. Cajazeiras, Graça, Suburbana ou Campo Grande? Pergunta espinhosa já que crimes de toda a ordem se repetem nos quatro cantos da capital. A mesma imagem do crioulo armado assaltando uma delicatessen no centro-nobre da cidade se confunde com a do branco desesperançado comprando drogas no gueto.

Numa cidade onde as desigualdades sociais são mais que alarmantes a violência surge como complemento no cenário de descaso público das nossas “autoridades”. O pior é constatar que muito pouco tem sido feito para reverter esse quadro. Investimentos em educação e cultura, ainda que vislumbrando resultados em longo prazo e a revitalização do sistema prisional passam despercebidos pelo gabinete do prefeito e do governador Jaques Wagner.



A onda de violência cria uma espécie de trauma coletivo com duras repercussões na vida da população, além de aumentar a desconfiança nas instituições responsáveis pelo estabelecimento da ordem pública. Pais desacreditados formam indivíduos cada vez mais propensos a andar na contramão da civilidade e dos conceitos universais de cidadania. Assim como um aparato de segurança pública ineficiente alimenta essa perspectiva.

Sendo assim, o momento exige atitude da instituição família, diretamente responsável pela construção do caráter individual e da polícia armada, que deve cuidar para que os direitos da coletividade estejam blindados contra os instintos selvagens que teimam em nos dominar.

Cenário econômico brasileiro segue favorável

Crise financeira na Europa: quem salva quem?

Medir a capacidade de superação do Brasil diante da crise financeira internacional não é tarefa fácil. Há dois anos vimos que a bolha imobiliária culminou numa das maiores crises financeiras enfrentadas pelos EUA e atualmente a Europa vive uma situação parecida bancando pacotes bilionários para resgatar instituições semi-falidas. Mas, pode-se dizer que estamos resistindo bem às fortes turbulências externas e nos consolidamos como um dos mais preparados para superar o momento atual.

A manutenção dos investimentos em setores-chave como indústria e tecnologia tem sido determinante para a onda de otimismo que tomou conta do país. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado em 2007, ainda não chegou ao seu ápice (mesmo porque tem diversas ramificações), mas demonstra a capacidade do país em criar, através de recursos próprios, alternativas para a manutenção do ciclo de desenvolvimento.

A grande dúvida agora é saber quando a economia mundial voltará a crescer. Dentre os emergentes somos, sem dúvida alguma, os mais preparados. Porém, nem por isso deixaremos essa condição da noite para o dia. A lentidão para a retomada do crescimento econômico das grandes potências deverá refletir negativamente nos mercados emergentes que seguem caminho inverso ao importarem cada vez menos e exportarem como nunca.

Ainda assim é indispensável a adoção de políticas que promovam a melhoria da distribuição de renda, investimentos em infra-estrutura e a busca constante por energias alternativas ao petróleo (o que certamente renderá altas cifras no futuro).

Amadurecemos bastante e, neste novo século, temos a oportunidade de despontar como uma das novas lideranças geopolíticas do planeta. Estudo recente de uma empresa de consultoria britânica afirma que o Brasil já se tornou a sexta maior economia do mundo e a tendência é que até o final desta década tenhamos alcançado a quarta posição no ranking. O cenário é altamente favorável, mas precisamos avançar ainda mais. O desafio está lançado!

A decadência da saúde pública no Brasil

... e no restante do país também!

O sistema de saúde pública brasileiro parece manter-se em constante estado de agonia. A falta de estrutura dos postos e hospitais disponíveis, aliada ao despreparo e à desmotivação da comunidade médica nos coloca entre os piores quando o assunto é atendimento básico de saúde. Superlotação, pacientes esparramados por corredores e macas improvisadas é uma realidade bastante comum na vida de milhões de brasileiros.

Como fator agravante o nosso povo está envelhecendo. Faz-se necessário a aplicação de políticas para suprir esta nova demanda de pacientes. A obesidade surge como uma das inúmeras doenças crônicas do novo século atingindo indivíduos adultos, mas também crianças, que se tornarão adultos enfermos e tendem a influenciar gerações futuras com os seus péssimos hábitos alimentares.

O Brasil precisará investir muito mais para manter o padrão atual de atendimento, que já não é dos melhores. Deverá voltar suas atenções para a melhoria da qualidade dos serviços prestados e atrair novas tecnologias em aparelhagem e produção de drogas.

Temos potencial suficiente para investir em tecnologias de ponta, o que nos garantirá valiosas ferramentas para o enfrentamento de muitos males presentes e futuros. Contudo, o grande problema está relacionado ao péssimo gerenciamento dos recursos destinados à saúde, deixando-nos na expectativa de um dia atender, dignamente, uma população cada vez mais adoecida e prestes a receber milhões de turistas nos dois maiores eventos esportivos do planeta.