* O valor intrínseco do indivíduo, composto pelo seu caráter e personalidade é facilmente substituído pela beleza perecível, passageira, aquela que inevitavelmente se desgasta com a ação do tempo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Beleza que aprisiona


Com o advento do século XXI o que se vê é uma corrida frenética de indivíduos que visam encaixar-se no padrão de beleza dominante. Corpos esbeltos, grandiosas construções da engenharia, carros luxuosos e maravilhas da arte, são exemplos do misto de ganância e “esteticismo” que predominam e se fortalecem cada vez mais.

O valor intrínseco dos indivíduos, caracterizado pelo seu caráter e composição da personalidade, são facilmente substituídos pela beleza perecível, passageira, aquela que inevitavelmente se desgasta com a ação do tempo.

A busca incessante pela beleza (conectada à estética) aprisiona, sedimenta e torna o homem vítima de si mesmo. O processo atual exclui a maioria, já que poucas pessoas são realmente belas. Daí a necessidade de explorar outras potencialidades, além de usufruir intensamente os melhores momentos da vida, privilegiando o autoconhecimento e a estima sempre elevada.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Uma das inúmeras reportagens escritas para o jornal laboratório


Idosos sofrem com violência
Familiares são responsáveis por 60% das agressões
Por Eduardo Cezar
eduardocezar08@yahoo.com.br

A violência contra o idoso se expressa nas mais variadas formas de discriminação, injúria, humilhação e intimidação, sem falar dos abusos sexuais e financeiros. Uma das mais preocupantes, segundo informações da Delegacia de Atendimento ao Idoso (DEATI), são os casos de agressão física, erroneamente justificada pelo choque de gerações com filhos e netos e a limitação de espaço dentro dos lares.

A delegada assistente da DEATI, Susy Anne Brandão, afirmou que 60% das ocorrências de agressão ocorrem contra o sexo feminino e são imputadas aos próprios familiares das vítimas. Apesar da carência de políticas públicas consistentes para amparar os idosos, a delegada se mostra bastante otimista. “Ainda falta muito para que todas as leis de amparo à população mais velha sejam implementadas, mas nós temos a melhor legislação do mundo, ela cobre tudo, é uma das mais completas”.

O depoimento do aposentado Romildo Rocha, 68 anos, ilustra um pouco da triste realidade vivida pelos idosos, principalmente dentro do seio familiar. A fragilidade física, decorrente do consumo excessivo de bebida alcoólica, não comprometeu sua lucidez. “Quando tava cheio do goró, meu enteado inventava qualquer coisa pra gente brigar e tomar meu dinheiro. Como ando muito doente, fui agredido várias vezes”, conta.

A coordenadora executiva da Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos do Idoso, um dos núcleos da Secretaria de Justiça do estado da Bahia, Márcia Misi, destacou, que além do disque denúncia, algumas políticas públicas já estão sendo implantadas para conter os maus tratos às pessoas da terceira idade.

Projeto de capacitação - Uma dessas políticas é o ciclo de palestras denominado Capacitação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa. O principal objetivo é treinar pessoas que lidam diretamente com indivíduos desse segmento, ou seja, os agentes de saúde, os representantes dos grupos de convivência (Organizações não-governamentais que trabalham na tentativa de evitar o isolamento e exclusão dos idosos) e os responsáveis por asilos em todo estado.

Para denunciar qualquer tipo de violência contra o idoso, basta ligar para o telefone 3235-0000.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Violência urbana


Nos últimos anos temos assistido a um aumento significativo do índice de violência em nossa cidade. A estratificação dos bairros já não serve para delinear onde exatamente as demonstrações públicas de intolerância e desrespeito às leis ocorrem com menor ou maior freqüência; Cajazeiras, Graça, Suburbana ou Campo Grande? Pergunta espinhosa já que crimes de toda ordem se repetem nos quatro cantos da capital. A mesma imagem do crioulo armado assaltando uma delicatassen no centro-nobre da cidade, se confunde com a do branco desesperançado comprando drogas no gueto.

Numa cidade onde as desigualdades sociais são mais que alarmantes, a violência surge como complemento no pacotão de descaso público das nossas “autoridades”. O pior é constatar que muito pouco tem sido feito para reverter esse quadro. Investimentos em educação e cultura, ainda que vislumbrando resultados em longo prazo, e a revitalização do sistema prisional, passam despercebidos pelo gabinete do prefeito e de seus pares na Câmara Municipal.

A onda de violência cria uma espécie de trauma coletivo, com duras repercussões na vida da população, além de aumentar a desconfiança nas instituições responsáveis pelo estabelecimento da ordem pública. Pais desacreditados formam indivíduos cada vez mais propensos a andar na contramão da civilidade e dos conceitos universais de cidadania. Assim como um aparato de segurança pública ineficiente alimenta essa perspectiva.

Sendo assim, o momento exige atitude da instituição família, diretamente responsável pela construção do caráter individual, e da polícia armada, que deve cuidar para que os direitos da coletividade estejam blindados contra os instintos selvagens que teimam em nos dominar.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Jornalismo: começando a quebrar paradigmas


O Jornalismo sempre foi o maior objetivo de minha vida. Hoje, engatinhando no curso, começo a perceber mais precisamente a responsabilidade que a profissão exige. Responsabilidade essa que vai muito além dos estúdios de TV e rádio, das reportagens batidas e coberturas tendenciosamente focadas no interesse de determinados grupos.
O futuro jornalista tem um grande desafio pela frente. Lutar por sua “independência moral” e aprender, o mais rápido possível, que a liberdade de imprensa é uma fantasia, uma perigosa armadilha para aprisionar os mais desavisados; ah! E os avisados também.
Claro que não se trata de lutar sozinho contra uma elite bem estruturada e cada dia mais fortalecida pela mediocridade e inocência das pessoas. Mas, de fazer o possível para garantir sua empregabilidade, sem ferir, ao menos, aquilo que ele tem de mais importante: a própria dignidade.

O Estado brasileiro e a crise financeira internacional


A crise financeira vem afetando economias de todo o planeta e pouco a pouco vai mostrando a necessidade (???) de uma maior intervenção estatal na economia, sob pena dos grandes banqueiros provocarem o caos que presenciamos agora. Ficou mais do que provado a incapacidade de gestão, uma jogatina onde todos querem ganhar e especular incessantemente, meio que atirando nos próprios pés. Se fossem responsabilizados em soerguer, por si só, a estrutura que destruíram, ao menos a sensação de justiça e transparência ficaria no ar.
O problema é que o socorro parte dos governos, já que grandes crises afetam a economia produtiva, empacam o crescimento, geram desconfiança, enfim, colocam em xeque as possibilidades de investimento, especialmente em nações emergentes como a nossa.

Graças a solidez da nossa economia, sustentada pelos constantes recordes de exportação, nos mantemos num patamar ligeiramente confortável, apesar de não sabermos ao certo quanto tempo vai durar a crise e seus reflexos em nosso cotidiano.

A maré dos estatizistas está em alta, mas não dá para mensurar o grau de acertabilidade e a competência do Estado em reorganizar estragos provocados por uma crise interna do mercado brasileiro. É flagrante a ineficácia da máquina pública na geração de emprego e renda, com a saúde, educação, lazer, segurança, enfim, tão ausente e irresponsável quanto os administradores do mercado financeiro.

A questão é: o Estado meter o bedelho na economia realmente seria a melhor saída? No caso do Brasil, experiências passadas e presentes mostram que não, pelo menos no que tange a defesa dos interesses públicos. O melhor então é torcer para que ele continue no seu cantinho, devagar e sempre (como sempre!!!), enfim, no já consagrado jeitinho brasileiro.

O ano novo e a renovação da consciência ecológica.


O ano novo começa e traz consigo novas esperanças. Esperanças de mudanças, renovações, novos ideais, objetivos, um novo posicionamento do homem enquanto agente responsável pelas alterações que ocorrem no planeta.
Com o aumento da densidade demográfica, é natural que a exploração ocorra na mesma escala. Contudo, o que realmente pesa é a forma como se dá essa exploração, baseada única e exclusivamente na manutenção das atividades produtivas e econômicas do homem, e nunca, quase nunca, em alternativas que possam de alguma maneira compensar toda essa devastação.
As conseqüências vão desde a perda da biodiversidade e degradação do solo, até as violentas alterações climáticas vivenciadas nas mais variadas regiões do planeta. O furacão Katrina, que vitimou mais de mil pessoas nos EUA, e o tsunami, que lança ondas gigantes sobre a costa, são como retaliações da natureza aos abusos cometidos pela ambição humana.
Aqui no Brasil, temporais caíram sobre Santa Catarina, São Paulo e continua fazendo estragos na região metropolitana de Belo Horizonte.A nova administração da maior nação do planeta, capitaneada pelo democrata Barack Obama, parece reacender as esperanças de que o senso ecológico se sobreponha à fúria capitalista.
O ex-senador prometeu colocar os EUA na luta contra o aquecimento global, mesmo sabendo que, com a economia agonizante, sofrerá pressões de toda ordem se pensar em diminuir a capacidade produtiva do país; seja por imposições de ambientalistas ou mesmo pela necessidade de adotar um posicionamento definitivo em relação ao Protocolo de Kyoto.
O mundo espera muito de Obama, mas faz-se necessário uma conscientização coletiva para tentar diminuir os impactos da ação humana na natureza. No entanto, o maior obstáculo é conseguir chegar numa política climática internacional consistente, unificada e que esteja acima de qualquer interesse particular.